"Minha riqueza, esse meu possuir tudo, tudo, tudo consiste nisso, em sair nas noites estreladas, erguer os olhos para o céu e sentir-me dono de tudo aquilo que meus olhos alcançam..."
O Homem que Tinha Tudo Tudo Tudo acorda em sua cama de sal, sob uma chuva de alarmes de relógios. Pesca, entre os muitos pares que possui, suas pantufas saltadoras e saltita até a mesa, servida com seu delicioso café da manhã. Esse é o princípio do dia do Homem que Tinha Tudo Tudo Tudo e da fantástica história contada por Miguel Ángel Asturias. Os espantos não param por aí. Esse incrível personagem caminhas até Roma com um camponês vestido de Papa, navega encaixotado pelo rio Nilo, conhece o grande sapo Chilabaco e até mudar de cor ele muda. O final é ainda mais inesperado, pois esse homem que tudo tinha percebe, perplexo, que seu filho anda atrás de algo que lhe falta. Miguel Ángel Asturias, autor guatemalteco agraciado com o Nobel de Literatura, cria uma história com elementos do surrealismo e ritmo das narrativas orais que prende o leitor pelo inusitado, que surge a cada parágrafo, e pela provocação: ter tudo pode significar sua prisão ou infinitas possibilidades. "Minha riqueza, esse meu possuir tudo, tudo, tudo consiste nisso, em sair nas noites estreladas, erguer os olhos para o céu e sentir-me dono de tudo aquilo que meus olhos alcançam..." A tradução ficou a cargo de Luis Reyes Gil, que já traduziu outras obras do autor, e esta edição conta ainda com Apresentação da escritora e pesquisadora Nilma Lacerda.