Temos nesta obra a expressão de um docente irrequieto, inquieto e
permanentemente acelerado na busca de alternativas que possibilitem a
compreensão da vida como referencial de dignidade e profundidade.
Professor de matemática em escola pública, dedicado e criador de
alternativas para vencer a marca negativa da matemática (MÁ TEMÁTICA,
frente a BOA TEMÁTICA). Esta brincadeira aponta para um professor
que transforma o espaço baldio da escola, que era depósito de entulhos,
numa horta de plantas medicinais. A preparação do terreno foi
acompanhada de inúmeros cálculos de superfície, proporções, até
derivações. As plantas motivaram encontros familiares quando provocaram
diálogos domésticos sobre uso de plantas medicinais. O crescimento
das plantas foi acompanhado de novas medições e cálculos de velocidade
e proporções de tempo e espaço. Depois, a colheita, daí o laboratório para
a elaboração dos estratos e, novamente, cálculos matemáticos para acompanhar
o processo que se encerrou com debates referentes à comercialização
e à matemática neste processo.
Paradoxos...
Professores e corpo administrativo dividido. O que fazer com este
professor que extrapola as suas atribuições de má temática?
Esta obra relata este processo e nos desafia a pensar como fazer educação
a favor da vida com dignidade, frente a um contexto de ensino voltado
para a manutenção do estado de alienação e servidão, que servem
acima de tudo, para manutenção da barbárie.