Um dia
talvez eu conte
para a mãe que eu conheci
o que vi
o que vivi
o que aprendi sobre os homens
o que sou e o que gosto
do que me deram os anos
passados na sua ausência
Talvez mostre
estas palavras
ou talvez deite em seu colo
e suspire como uma velha
que cultiva em um quarto escuro
uma árvore seca e morta
que ela amará até o dia
em que nem lembrança brote
Neste romance experimental, acompanhamos Merci numa caleidoscópica jornada em busca de quem é e da própria história. Sua voz questiona desde seu passado à forma como as pessoas reagem ao seu modo singular de ser e estar no mundo, e nos faz submergir numa personalidade moldada num contexto de brutalidade e delicadeza.