O texto começa com os fundamentos da sociedade de mercado e os seus valores estéticos. Em particular, a liberdade, a propriedade, a justiça e a estética são analisadas como os fundamentos da sociedade. Continua com o papel cívico das empresas e a sua interacção com as partes interessadas. Os modelos neo-Kantian e Rawlsian são revistos como os fundamentos de um modelo de cidadania empresarial. A isto se segue o papel do capital social e da sociedade civil na mediação entre o Estado e os cidadãos, dada a massificação da tecnologia. Finalmente, as restrições do crescimento, o alcance da tecnologia e o bem-estar definem um contorno de resultados, que diferem das expectativas. As fraquezas estruturais do modelo económico aplicado no Chile têm consequências importantes na geração de uma lacuna estética difícil de controlar dentro de uma realidade sub-normal. A crise de Outubro de 2019 terá consequências ainda por definir.Consequentemente, a reflexão sobre a implosão social de 2019 destaca os riscos de lacunas sociais não resolvidas por parte do Estado, e as suas consequências sobre as expectativas. Representa também uma reacção à incapacidade das elites de se sintonizarem com a realidade das heterogenidades dos cidadãos que não têm acesso a todas as oportunidades que o sistema gera, levando à exclusão, frustração e descontentamento.